Partindo
do mesmo texto-base da última publicação ("O
Valioso Tempo Dos Maduros..."
(PARTE 1), podemos puxar para um outro assunto, que é a questão do
tempo…
Quando
pequenos, nem nos passa pela cabeça, e nem ao menos temos a noção do que é o
TEMPO, então aos poucos "dividimos"
24 horas em "quando está claro"
e "quando está escuro"… Depois, quando
jovens, já com uma "certa noção de horário",
nos sentimos donos do mundo e de nós mesmos, e desperdiçamos nosso tempo
com grande displicência, nos importando com amenidades e “picuinhas”, até
enfim, percebermos que cada dia, tem apenas 24 horas e que
as mesmas são únicas e não voltam mais... E é a partir daqui, que começamos a
ter mais consciência, (ou é
quando deveríamos ter),
e assim, tentamos frear os ponteiros do relógio,
valorizando e sentindo, vivendo, absorvendo cada milésimo de segundo... Isso, por
que...
"Contei meus
anos, e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já
vivi até agora. Tenho muito mais passado que futuro. Sinto-me como aquele
menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho
tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam
egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para as conversas
intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem
parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que
apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos
que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
"As
pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos..."
Meu tempo
tornou-se escasso para debater os rótulos, quero a essência, minha alma tem
pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não
se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto
de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a
vida valer a pena. E para mim, basta o essencial...
(Ricardo Gondim)
A
maturidade, (quando se tem consciência do que é isso),
nos faz perceber que tudo o que é em excesso, muitas vezes chega a ser
artificial e descartável, pois tudo é passageiro, em especial rótulos, fama,
cargos, títulos... O que é tão difícil das pessoas perceberem, é que quem cria
esses níveis elevados ou não, é o próprio homem...
Por
isso existem as lutas contra as diferenças sociais, opção sexual, cor, credo
entre outros ponto que só interessa a pessoa e não ao outro, pois se ela é feliz assim, que direito tem um outro ser, mesmo que da “mesma
espécie”, de dizer o contrário?!?!? E tudo isso para que?!?!? Por qual motivo,
a pessoa não pode escolher quem ela quer ser, como, quando e onde?!?!? Se ela, da
mesma forma, respeitar as minhas escolhas, pq não conviver?!?!?
Gosto
do diferente, da mistura, de conhecer culturas, pensamentos, olhares e crenças
diferentes das minhas... Pois acredito que é o diferente que nos completa...
Tente imaginar um mundo “puro”, sem manchas,
cores, formas diferentes... Que Tédio!!!
Da
mesma forma, os malditos rótulos,
que teoricamente “pré-definem”,
uma posição, um valor, uma capacidade, uma experiência... E isso apenas baseado
em diplomas, classe social, como também, gênero, cor, etc... Quem foi que decretou
que homens e mulheres, negros, e brancos, “filhinho de papai” & “rapá da
perifa”, católicos, evangélicos, espíritas, budistas, etc... Uns são melhores
ou piores que outros?!?!? Acredito que com mais ou menos oportunidades, e/ou
condições, todos temos capacidade, de darmos nosso melhor, e
acreditarmos que podemos ser sempre melhores no que fazemos, sempre na busca de
romper nossos próprios limites, sem que para isso eu prejudique o outro...
Quero
ter GENTE ao meu lado... GENTE que pensa, age, busca, não se acomoda... GENTE que tem mesmo que diariamente, aquele primeiro olhar que seja
para o mesmo caminho, para a rotina, em casa, trabalho, procurando sempre
perceber, algo que as vezes está tão perto, e nos escapa... GENTE que vê no outro seu “IGUAL”,
e mesmo sabendo ser diferente, aceitar e aprender com ele... GENTE que não rotula mas procura
conhecer; que não julga mas convive; que não discrimina mas aprende; que não
menospreza, mas acredita no potencial... Procuro por seres VERDADEIRAMENTE humanos, que cientes
de sua mortal condição, vêem no seu próximo, seu igual...
Não tenho paciência, nem tempo para amenidades, "picuinhas", maldades gratuitas, preconceitos sem motivos... Tenho sede de novidades, assuntos infindáveis, curiosidades e descobertas, gentilezas, carinho, abertura para o desconhecido... Quando
o homem perceber que é na simplicidade dos gestos, do olhar, das atitudes, que
está toda a beleza... Que é na convivência, tolerância que está a verdadeira
sabedoria... Quando ele olhar o diferente e se enxergar, muita coisa boa pode
acontecer, e só quem sairá ganhando, é o próprio homem...