quarta-feira, 8 de junho de 2016

"O Valioso Tempo Dos Maduros" - (PARTE 2)





Partindo do mesmo texto-base da última publicação ("O Valioso Tempo Dos Maduros..." (PARTE 1), podemos puxar para um outro assunto, que é a questão do tempo…


Quando pequenos, nem nos passa pela cabeça, e nem ao menos temos a noção do que é o TEMPO, então aos poucos "dividimos" 24 horas em "quando está claro" e "quando está escuro"… Depois, quando jovens, já com uma "certa noção de horário", nos sentimos donos do mundo e de nós mesmos, e desperdiçamos nosso tempo com grande displicência, nos importando com amenidades e “picuinhas”, até enfim, percebermos que cada dia, tem apenas 24 horas e que as mesmas são únicas e não voltam mais... E é a partir daqui, que começamos a ter mais consciência, (ou é quando deveríamos ter), e assim, tentamos frear os ponteiros do relógio, valorizando e sentindo, vivendo, absorvendo cada milésimo de segundo... Isso, por que...


"Contei meus anos, e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para as conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.


"As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos..."


Meu tempo tornou-se escasso para debater os rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial...

(Ricardo Gondim)


A maturidade, (quando se tem consciência do que é isso), nos faz perceber que tudo o que é em excesso, muitas vezes chega a ser artificial e descartável, pois tudo é passageiro, em especial rótulos, fama, cargos, títulos... O que é tão difícil das pessoas perceberem, é que quem cria esses níveis elevados ou não, é o próprio homem...


Por isso existem as lutas contra as diferenças sociais, opção sexual, cor, credo entre outros ponto que só interessa a pessoa e não ao outro, pois se ela é feliz assim, que direito tem um outro ser, mesmo que da mesma espécie, de dizer o contrário?!?!? E tudo isso para que?!?!? Por qual motivo, a pessoa não pode escolher quem ela quer ser, como, quando e onde?!?!? Se ela, da mesma forma, respeitar as minhas escolhas, pq não conviver?!?!?


Gosto do diferente, da mistura, de conhecer culturas, pensamentos, olhares e crenças diferentes das minhas... Pois acredito que é o diferente que nos completa... Tente imaginar um mundo puro, sem manchas, cores, formas diferentes... Que Tédio!!!


Da mesma forma, os malditos rótulos, que teoricamente pré-definem, uma posição, um valor, uma capacidade, uma experiência... E isso apenas baseado em diplomas, classe social, como também, gênero, cor, etc... Quem foi que decretou que homens e mulheres, negros, e brancos, “filhinho de papai” & “rapá da perifa”, católicos, evangélicos, espíritas, budistas, etc... Uns são melhores ou piores que outros?!?!? Acredito que com mais ou menos oportunidades, e/ou condições, todos temos capacidade, de darmos nosso melhor, e acreditarmos que podemos ser sempre melhores no que fazemos, sempre na busca de romper nossos próprios limites, sem que para isso eu prejudique o outro...


Quero ter GENTE ao meu lado... GENTE que pensa, age, busca, não se acomoda... GENTE que tem mesmo que diariamente, aquele primeiro olhar que seja para o mesmo caminho, para a rotina, em casa, trabalho, procurando sempre perceber, algo que as vezes está tão perto, e nos escapa... GENTE que vê no outro seu IGUAL, e mesmo sabendo ser diferente, aceitar e aprender com ele... GENTE que não rotula mas procura conhecer; que não julga mas convive; que não discrimina mas aprende; que não menospreza, mas acredita no potencial... Procuro por seres VERDADEIRAMENTE humanos, que cientes de sua mortal condição, vêem no seu próximo, seu igual...


Não tenho paciência, nem tempo para amenidades, "picuinhas", maldades gratuitas, preconceitos sem motivos... Tenho sede de novidades, assuntos infindáveis, curiosidades e descobertas, gentilezas, carinho, abertura para o desconhecido... Quando o homem perceber que é na simplicidade dos gestos, do olhar, das atitudes, que está toda a beleza... Que é na convivência, tolerância que está a verdadeira sabedoria... Quando ele olhar o diferente e se enxergar, muita coisa boa pode acontecer, e só quem sairá ganhando, é o próprio homem...


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