Mesmo que a mulher, por mais que seja AINDA
considerada o "sexo frágil", já é sabido que essa palavra não pode e
nem deve ser vista de maneira alguma como sinônimo deste ser com tantos poderes
e potencialidades...
Comecei a ter maior ciência disso, neste
período quase sem fim em que estamos passando, que é um total recolhimento, por
conta de uma pandemia mundial...
Particularmente, até início do último
mês de março, acreditava que 24 horas era MUITO pouco tempo para se
realizar todas as obrigações, tarefas, vontades e ainda ter, mesmo que minimmente,
alguns míseros segundos de descanso...
Mal imaginávamos, nós réles mortais, com
rotinas fechadas, família, filhos, companheiros, sonhos, objetivos, anseios,
entre outras "coisas pessoais", pensando agora quase que friamente
após 7 meses de recolhimento, e contínua adaptação a novos modos de vida, que
aparentemente, o que tínhamos era uma PÉSSIMA organização e
administração do nosso tempo...
E voltando meu olhar para o sexo
feminino, a situação parece piorar... Sei que não seria justo generalizar, mas
mesmo acreditando que um caso como o meu (o qual usarei como exemplo), pode se
encaixar em MUITAS outras vidas femininas...
Prazer, sou eterna aprendiz de artista,
professora de ARTES, leciono para fundamental 1 e 2 em uma escola
Municipal, da periferia de São Paulo, mãe de 2 princesas de menos de 10 anos,
esposa apaixonada, e dona de casa...
Um tanto desencantada com a área em que
trabalho (por "N" questões pessoais/profissionais), chegava
todos os dias extremamente cansada, sem vontade ou condições de fazer nada, a
não ser obedecer o corpo que só implorava por 1 leve e rápido alimento, 1
simples lavagem e enfim 1 descanso sem interrupções de no mínimo 8 horas...
Assim acontecia na maioria dos chamados "dias úteis"... E nos dias
que sobravam para completar a semana, tinha 2 escolhas: ou fazia de conta que
as obrigações caseiras não existiam, e saia a desbravar o centro da cidade, ou
alguma exposição ou a fazer qualquer outra atividade que saísse completamente
do "normal", ou simplesmente aceitava a labuta interna, e faxinava
cômodo por cômodo da casa, na esperança que na semana (ou final de semana)
seguinte, o fardo fosse menor ou quase inexistente, visto que ao final da
primeira jornada, algumas partes do corpo imploravam por clemência e repouso...
Agora, em uma quase eterna quarentena, a situação parece ter se agravado...
EXPECTATIVA - Inicialmente, a sensação que se tinha era que, com mais tempo em
casa, as coisas que não fazíamos, por "falta de tempo", finalmente
seriam realizadas... DOCE ILUSÃO!!!!!!!
REALIDADE – Em especial, no caso das mulheres, que são mães, que trabalham, comandam,
e ao final de tudo mais parecem "polvos" com os demais braços
invisíveis, o que verdadeiramente acontece, é que AGORA SIM, o dia deveria ter
48 ou até mesmo 72 horas de duração, por conta das inacabáveis tarefas,
obrigações, compromissos, metas, objetivos que se pretende concluir, sem sair
do conforto de seu lar...
Enfim, confirmou - se que o serviço de
casa, que já não tinha fim em dias "normais", agora parece uma fonte
inesgotável de reorganização e procrastinação, para que não se surte de uma
única vez... Só para ajudar, o serviço em Home Office, que ao contrário do que
muitos pensam, não tem nada de muito fácil, pois exige disciplina, definição de
horários, para cumprimentos de metas e realização de tarefas, como se estivesse
numa rotina normal, fora de casa...
Agora una os afazeres domésticos +
nossas obrigações profissionais + família & filhos e tudo mais o que os
mesmos exigem e necessitam + o que inventamos acrescentar em nossas vidas, ao
que se refere como novos conhecimentos e desafios + não ter perspectiva de vida
minimamente normal fora de nossos "castelos", tudo isso em 24 horas
diárias, há menos de 8 meses, mas o que pode ainda se estender por mais de 90
dias (ou mais), sem previsão para "alforria") = Possível esgotamento
físico / mental / psicológico, em sua grande maioria, no caso das
mulheres...
Mesmo que haja uma certa vantagem deste
"resguardo", quase completando uma gestação, é a proximidade e o
estreitamento nos laços familiares, em especial ao que se refere ao rebentos,
principalmente para as famílias de dia-a-dia tão atribulado que mal podiam dar
1 colo aos pequenos...
Mas de qualquer forma, sem querer
desmerecer o trabalho dos companheiros de nossas guerreiras (QUANDO os
mesmos reconhecem & permanecem ao nosso lado firmes, fortes e mais
apaixonados), mas a MULHER, é e sempre será o sexo mais forte, com mais
capacidade de (RE) adaptação, para suportar inúmeras tarefas, cumprindo
infindáveis obrigações, e ainda assim, mesmo com muito esforço, e poucas horas
de sono (nem sempre tranquilo nem contínuo), estará disposta a recomeçar
buscando SEMPRE facilitar e se readaptar ao seu FULL Home Office, de
maneira a amar mais sua família, cuidar de seu castelo e realizar sua rotina da
melhor maneira possível ...
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