terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Como Não Amar...




Pode parecer loucura, mas aos 10 anos de idade, fixei na minha mente, o desejo de ser mãe, e a ideia de que teria 2 crianças, INDEPENDENTE do sexo... Essa decisão, mesmo que precoce, pode ser resultado de alguns fatores mais que próximos e familiares, como por exemplo, o fato de ver em minha mãe, uma pessoa amorosa, e rígida, preocupada e que deu liberdade para que eu tivesse autonomia, enfim, um ser que me inspira, e isso me fez querer ser igual, (ao menos tentar), e me faz desejar estar no lugar dela, sendo o que ela é para mim... 

Após 8 anos de namoro, me casei, com o que seria o pai de minhas 2 filhas… O mesmo já sabia que mal casássemos, eu não esperaria em 1 semana para tentar engravidar, e tamanha foi a minha vontade que na lua de mel, minhas preces foram ouvidas, quando 9 meses depois, vinha ao mundo, a minha tão sonhada Isabel… Por amor & por respeito à falecida (ex) sogra, ao saber que esperava 1 menina, abri mão do meu sonho de ter 1 Laura em minha vida, e homenageando a mãe de meu (ex) marido, disse a ele que nossa primogênita teria o nome de sua mãe, o que o fez, com os olhos mareados, me agradecer imensamente… 

Como me já era sabido que não poderia nem sequer sonhar em ter o parto normal, por conta de uma cirurgia que fiz há aproximadamente 27 anos atrás (08/05/1990), na coluna cervical, eu esperava que meu rebento escolhesse seu próprio dia, mesmo que a princípio eu já soubesse qual a semana que ainda me garantia 1 margem segura, e da mesma forma que já havia escolhido o seu dia de nascimento… Era para homenagear o aniversário de casamento de meus pais (04/04), mas eis que minha pq gotinha de amor, resolveu dar o ar da graça em pleno dia da mentira… 

Na madrugada que antecedeu a entrega de sua “carta de alforria” ao útero, não só senti estourar a bolsa, como a cada contração, eu gargalhava, tamanha era a minha felicidade… Foi 1 gestação relativamente tranquila onde só me lembro de ter sofrido com enjôos e náuseas, entre o segundo e o terceiro mês, e a absurda falta de ar entre o oitavo e o nono mês quando a pequena-gigante buscava incansavelmente se acomodar no pouco espaço que eu, com minha pequena estrutura, poderia oferecer a ela… 

Pouco antes de me divorciar do pai das 2 pérolas que tive, ainda acreditando que nosso casamento teria como consertar os erros e ajustar as diferenças , mas parecia que só eu que me interessava em salvar algo que, analisando atualmente, já estava fadado ao fracasso… Mas, como boa sagitariana que sou, quis ainda insistir, e tentar fazê-lo perceber que quem estaria perdendo em quaisquer quesito que fossem colocados, era apenas ele… 

Mas antes do ponto final, eis que busquei completar meu sonho infantil, e eis que em pleno período de carnaval de 2013, começou a se desenvolver dentro de mim, a dúvida de que serzinho estava por vim… Na primeira vez, não tinha EXATAMENTE preferência para o sexo do bebê, pois o importante era que, independente do que nascesse , que viesse com saúde, e o resto se resolveria posteriormente, (pois de qualquer forma, havia tb escolhido nome para menino), mas havia me apaixonado tanto por cuidar de uma menininha, que de certa forma, torci para que viesse OUTRA, tanto para ser “companheirinha” da Isabel, como para finalmente completar meu antigo sonho de ter 1 Laura em minha vida, e assim, se fez… 

E, não sei se foi 1 sobrecarga de muitas dificuldades em inúmeros quesitos (alimentares, nervoso, ansiedade, por exemplo), problemas físicos e afetivos, entre outras coisas que contribuíram para 1 período gestacional complicadíssimo, mas em contra partida, 1 misto do desejo que fosse (outra) menina, junto com 1 nome já pré-definido, e assim, com todos os entremeios & impasses, eis que minha pequena guerreira, sentindo, sofrendo e superando todas as dificuldades junto comigo, muito me impressionou, quando, mesmo se adiantando 3 semanas, pois estava sendo esperada para a primeira semana de novembro, mas deu o ar de sua frágil graça, se libertou das “amarras” intrauterinas, à meia-noite + 3 minutos, do dia 22/10/2013, demonstrou ser a prova de que tamanho REALMENTE não é sinônimo de documento, quando mesmo pequenina, mostrou ser dona de uma imensa força de vontade e de vida, rompendo qualquer obstáculo e/ou dificuldade que surgisse… 

E assim, com meu sonho de ser mãe, duplamente realizado, seguido de 1 casamento desfeito, busquei seguir minha vida, da maneira que podia, tentando dar meu melhor aos meus rebentos, mesmo sozinha... O mais incrível, é que essas pérolas enviadas por Deus, pareciam sentir meu desespero, meus medos, minhas angústias, e toda a insegurança a que estava passando, e mais me ajudavam a superar e até esquecer, mesmo que momentaneamente, colocando em meu rosto, um tímido sorriso, em meu corpo, um simples descanso, em minha vida, tímidas cores em tons pastéis... 

E até hoje, principalmente após ter encontrado um parceiro completo, (que não é 1 simples marido, mas um misto de amigo, amor, amante, companheiro, cúmplice, e tudo mais que poderia eu sonhar em ter ao meu lado), que diariamente me auxilia a criá-las & educá-las, elas, em seu  dia-a-dia, desabrocham, descobrem coisas novas e mais do que isso, me ensinam o verdadeiro valor e sentido da vida, do que é 1 família, e mais do que tudo, do que é o AMOR, pois tenho a honra e o prazer de ter esses 2 anjos que não vieram à vida ao acaso, mas sim, são 2 anjos em forma de princesas, modernas, curiosas, amáveis, & eternas companheiras... 

Como não amar 2 seres tão divinos, completos, dóceis que revigoram minhas forças, apenas com simples sinais, como 1 gesto, 1 olhar, 1 toque, 1 palavra, 1 abraço, 1 beijinho... Acredito que ELAS que me ensinam mais do que aprendem, o valor da família, do "estar junto", e a importância que isso tem para todos nó, e assim, somos FAMÍLIA... 

Fico me perguntando, como tive coragem de COGITAR a hipótese de me arrepender de ter tido esses 2 "serzinhos" tão iluminados, que comigo suportaram todas as tormentas, e mesmo com alguns arranhões, me fizeram perceber o quanto eu posso ser forte, não só por mim, mas também por elas... Como posso ir além do que poderia imaginar, buscando sempre o meu melhor, por elas... 

E aí eu pergunto... 

COMO NÃO AMAR?!?!?