domingo, 26 de abril de 2020

Essa Sou Eu... Ou Pelo Menos Deveria Ser!!!!!!!



Essa sou eu.... Sim.... Ou pelo menos deveria aceitar ser....


A começar, da raça humana, como diz a minha querida @rita_von_hunty – “Branco, Cis, Hétero”, etc... no ano de 2020 da Deusa, me olho reclusa & isolada em casa, com marido e filhas... Momento este que eclodiu um número ABSURDO de agressões (contra a mulher PRINCIPALMENTE), e consequentemente, de divórcio, e eu me pego em meio a meus devaneios e pensamentos, e me pergunto: “Como Pode, Tal Coisa?!?”

A resposta pode ser ao mesmo tempo complexa & simples. Quando uso a mim mesma como exemplo para tal, & para tanto e tantas outras coisas....

Sou Luisa Re... Ou se preferir, “luisareartes”, ou ainda “luisaleaoredelimamiller”... Ou pq não “luisareatworks”...

S I M ,   E S S A   S O U   E U ! ! ! ! ! ! !

Eu acho...

Sou aquela que nasceu numa sexta feira, na noite em que um time fez bastante barulho em frente ao hospital... Sou a que não voltou para casa com a mãe, após o nascimento, e deixou a mesma, angustiada por 14 dias, por falta de peso (vai vendo), entre outros pormenores... Sou também, a que com menos de dois anos passou pela primeira “reforma”, e mesmo que inconscientemente, criou um TRAUMA de jalecos, em especial os brancos...

Sou aquela que chegou ao mundo, e ganhou 1 “tutor” quanto a conhecer diferentes tipos de música, que como eu, fala mais que a boca, que é sensível e caseiro... Um irmão mais velho, que se divide, desde então entre sentimentos de proteção & amor, com uma diferença de 5 anos entre nós...

Sou aquela que experimentou uma infância rica de cultura, sabores, aromas, paisagens, fantasia, imaginação, inocência, regada de muitas histórias, estórias, lendas, mitologias, curiosidades & conhecimento de mundo, fosse passado/presente/futuro, principalmente ao que se refere ao meu pai...

Sou aquela que vivenciou e teve como base, o amor, a proteção, o cuidado, o olhar e o carinho, aprendendo assim, o que e como, ser, fazer, pensar e agir, fosse conosco e/ou com os que nos rodeiam, em especial, quando o assunto é minha mãe...

Sou aquela que sempre teve uma série de rotinas bem marcadas, fossem elas semanais, como por exemplo:
·        - As quintas - feiras era dia de pastel, pois tinha feira perto de casa; e às sextas – feiras era dia de lanche, pois como dizia mamãe: “A “Jovelina” tinha direito a 1 dia de descanso”...
·        - Todas as sextas – feiras após o noticiário noturno, estávamos mais que prontos para embarcar para o sítio da família, para brincar ao ar livre e respirar ar puro, e PRINCIPALMENTE, sermos VERDADEIRAMENTE crianças... A tristeza era aos domingos, igualmente após o noticiário noturno, voltávamos (contrariados), para a cidade...
·        Quando não íamos ao sítio, acordávamos (eu e meu irmão), com a mesma e INESQUECÍVEL melodia, que tanto marcou minha vida (“Branca” – Zequinha De Abreu)... Isso quando não íamos dormir ao som de clássicos instrumentais, chorinho, óperas, MPB, enfim, uma infinidade de estilos musicais, que me forram moldando e formando...
·        Festas & Férias, quando não viajávamos, era sempre neste lugar lindo que fez parte de toda minha infância e início da adolescência, onde me sentia livre para ser e viver o que quisesse...

Sou aquela que desde muito cedo se apaixonou por lendas e mitos, de tanto ouvir seus relatos,, principalmente, deitada junto ao pai, numa cadeira de sol, sobre a grama & sob a luz da lua (quando tinha), e do manto infinito de estrelas e ao som de corujas, onde papai me apontava e contava sobre aqueles pequenos “pontinhos” brilhantes e seus “desenhos celestes” com suas histórias e feitos fantásticos...

Sou aquela que punha as galinhas para dormir, no poleiro, e tinha que ser por ordem de tamanho... Que vivenciou o nascimento de ninhadas e mais ninhadas de coelhos, e viu como eles são abatidos... Que “ajudou” no parto de cabritos e carneiros, e sempre que podia, ia visita-los e alimentá-los... Que sentiu no gosto a diferença do verdadeiro leite de cabra, recém - tirado e fervido, como primeiro alimento da manhã... 

Sou aquela que, mesmo sem necessidade, punha despertador para dar “BOM DIA” aos primeiros raios de sol, e desde então, era difícil fazer dormir... Aquela que sempre foi ligada nas fases da lua e se encantava (ainda encanta), com o poder que a mesma exerce àqueles mais sensíveis às belezas e mistérios naturais...

Sou aquela que teve uma infância INESQUECÍVEL, que quando viajava para Belo Horizonte, acordava às 4 da manhã, e ao contrário do irmão (que dormia a viagem inteira), ficava grudada no vidro da janela, como lagartixa, aguardando ANSIOSAMENTE o nascente do grande astro, enquanto a cada paisagem, placa diferente, ou algo mais que lhe chamasse a atenção não se cansava de perguntar ao seu pai, que prontamente não apenas respondia como dava uma AULA de geografia, história, astrologia, português, ou qualquer outra disciplina que atravessasse seu caminho...

Sou aquela que sempre amou viajar, conhecer, e que NUNCA teve (muita) vergonha em perguntar, questionar e ir a fundo de tudo que me chamava à atenção e instigava, e que de modo privilegiado, sempre teve mais que simples respostas, mas um apanhado geral, um todo, para explicar os “Como”, o “Onde”  “Porquê´s”, da história da humanidade, e muitas vezes, com direito a “Curiosidades”...

Sou aquela que, viajando ou passeando, nos mesmo lugares, da cidade onde moro, olho com “olhos de primeira vez”, sempre em busca de detalhes que possam ter passados desapercebidos, ou coisas novas que possam ter “brotado”...

Sou aquela que, quando ainda menina, tendo passado por uma cirurgia que literalmente engessou meu crescimento, minha vida escolar, e pessoal, teve de se adaptar a viver cheia de restrições e isolamento, sendo tolhida de quase toda autonomia que até então conquistara... E de tantos “NÃO´S”, criou dentro de si, um mundo próprio, único, com regras próprias, e com direito (quase), ao que poderia – se chamar de “companhia”, que por muito tempo acompanhou... E quando, enfim, consegui pouco a pouco EXTERNAR, esse universo, dei forma também à essa “entidade”, que “andava” comigo, (mesmo que não fisicamente, mas em meus devaneios), lhe “materializei” em meus rabiscos...

Sou aquela que, viveu 31 anos na casa dos pais, sem precisar tirar carteira de motorista, pois para onde quisesse ir, ou tinha carona ou me virava com transportes públicos e/ou longas caminhadas... Que teve toda sorte de oportunidades e acessos a cultura e conhecimento, tendo concluído 2 faculdades (Artes & Pedagogia), e que de repente, se viu assumindo, em março, um cargo público em uma escola Estadual, numa região de periferia de São Paulo, e outro cargo, (igualmente público), numa escola Municipal, em outra região, também de periferia, da mesma cidade, mas com características que não imaginava que ainda existissem, como por exemplo toque de recolher... Por sorte, nessa, lecionava no período da manhã, e na outra, à tarde e a noite...

Sou aquela que, também, todas as segundas – feiras, chorava quando meus pais me levavam ainda de madrugada, para a estação Barra Funda de trem, para pegar tal transporte e me dirigir à escola, centralizada num bairro simples e BASTANTE humilde, com tantas dificuldades, e de lá, partia de ônibus para a outra escola, com uma MEGA – MOCHILA, com materiais, livros e atividades de ambos os cargos e muitas turmas...

Sou aquela que, por conta dos 2 cargos, se viu obrigada a dar uma mexida em sua “pacata” vida de formada e (até então), desempregada, e ter de FINALMENTE começar a dirigir (pois carta já tinha DESDE 1998, mas estava até com teia de aranha e mofo), além de alugar um quarto na casa de uma senhora próximo aos cargos que assumira, para conseguir dar conta da carga horária maluca, “morando” assim, durante 5 dias da semana, longe dos pais, pela primeira vez, e encarando uma rodovia aos finais de semana, para recarregar as energias e se sentir RE – acolhida debaixo das asas protetoras e reconfortantes da família...

Sou aquela que, nesse ano de 2008, esse mesmo ano de TANTAS mudanças, passei por experiências até então inimagináveis: conheci o que era “liberdade assistida”, tive alunos armados em sala de aula (4  série), uma “casa de velório”, em frente a escola, e o que fazia parte da rotina dos alunos, quase “banalizando” a perda de alguém, sem contar que sempre tinha uma história de “desova” de corpos, de perda de parentes, amigos, presenciados ou não...

Sou aquela que, no ano seguinte a tudo isso, conseguiu sair deste mundo e assumir meu cargo de professora, numa outra escola, na qual estou há 11 anos, tendo também passado por inúmeras situações novas, mas nem TÃO pesadas como as anteriores, e mantenho contato com alguns ex – alunos até hoje, e busco criar um vínculo de confiança, com a maioria dos atuais, que muitas vezes ultrapassa a relação “professor / aluno”, sendo algo quase confidente...

Sou aquela que, experimentou a delícia de ter a casa própria, e não mais pagar aluguel, quando em 2009 fui “brincar de casinha”, além de ficar noiva, e que sonhando com os próximos anos, idealizou em seu “cantinho”, todo um universo de “família feliz”, querendo levar para a minha vida o que vivi com meus pais...

Sou aquela que, passou 2 meses de puro inferno tentando salvar 1 dos cargos públicos, que lutou até as últimas consequências pois quase perdeu os dois, por pura maldade gratuita de seu superior... Mas que hoje analisando friamente, foi a melhor coisa que podia ter ocorrido naquele ano de 2010, pois não sei se teria curtido não só o casamento quanto à primeira gestação como curti, tendo apenas um cargo...

Sou aquela que, de 2009 a 2014, trabalhou no período da manhã, levantando TODOS os dias, às 5 da manhã, para estar na escola ANTES das 7, que era 90% das vezes a primeira a chegar, a cumprimentar o vigia, e a (quase) abrir a escola, e que assim foi durante as 2 gestações, até que as barrigas quisessem dirigir, pois  lecionei até o nono mês, na primeira vez, e faltando poucas semanas para completar o ciclo gestacional, na segunda vez – e não só guiando – como subindo e descendo, pois na escola em que estou tem 3 andares...  

Sou aquela que, sempre acreditou no sentimento, nas pessoas, no amor, no sonho, no amanhã, e por isso, não só demorou a enxergar a verdade e a si mesma, como aprendeu da pior maneira possível, a não se colocar abaixo de nada nem de ninguém, por nada nem ninguém. Foi através de anos de convivência, lágrimas, angústias, discussões, palavras, acordos, omissões, (terapias), e pedidos, chegando por fim a medicamentos (coisa que jamais precisei, salvo períodos de convalescência), chegando a tomar ao dia, 7 comprimidos...

Sou aquela que, após a separação, passou por um curto período de luto, de introspecção e de NECESSIDADE de rever e repensar sobre mim mesma, e que buscou se permitir viver e reviver as coisas simples da vida, coisa que há muito não fazia, pois estava mais preocupada em satisfazer os outros, esquecendo de mim, anulando tudo o que era até então...

Sou aquela que, além do divórcio, viu sua vida profissional também virar do avesso, tendo que mudar de turno & turmas, o que mudaria toda uma rotina, o que a princípio seria péssimo, mas que, como em tudo na vida, aos poucos, foi tudo fazendo mais sentido daquela forma, do que antes, pois, como estava sozinha com minhas filhas, precisava, mesmo que por um tempo, da ajuda de minha mãe, e era melhor que ela não chegasse “de madrugada” em casa, para os primeiros cuidados matinais (como era, quando trabalhava de manhã), pois meu “companheiro” não tinha muito tempo “para isso”, mesmo que não levantasse CEDO comigo, e não entrasse também TÃO cedo em seu serviço – Minha mãe, parceira & anjo que mexeu em SUA rotina, para se adaptar a minha, e assim esteve firme ao meu lado na retomada da minha vida...

Sou aquela que, também, para não “pensar” muito, (o que, no momento, poderia me fazer recair, e sofrer novamente), criou uma rotina fechada e quase cronometrada, visto que agora éramos 3 “mulheres” sozinhas: uma de 38 anos, uma de 4 e uma se 1 aninho: Aquela que queria apenas focar a vida em minhas filhas, e minha profissão, me dando apenas 1 hora de “repouso mental”: quando sentava na sala para jantar, vendo 1 novela – De resto, cuidava das minhas estrelinhas, para que não sentissem (tanto), a dor que eu sentia, e que brilhassem mais e mais... Fora isso, tinha a casa, e as turmas para cuidar do planejamento das aulas...

Sou aquela que, mesmo que a rotina ainda fosse BEM marcada, (quase maçante), durante os “dias úteis”, quando, nos finais de semana, e minhas pequenas ficavam com meus pais, gradativamente redescobriu pequenos prazeres como o de sair sozinha: de visitar uma exposição de Arte sem a menor pressa; ou passear num parque, e pedalar até que as penas não mais pudessem; de dormir até ser expulsa pela própria cama; a ficar na rede e adormecer sob a luz da lua, coberta de estrelas; me arriscar a fazer delícias na cozinha; pegar carona para ir ao sítio da família e, juntamente com a cria, ser mimada e carinhada... Coisas essas que mesmo de forma inconsciente, ajudavam na cura de tantas feridas...

Sou aquela que, justamente numa das idas a exposições, conheceu, quase sem querer, o homem que ajudaria no processo de “reconstrução” de todo o meu EU – que seria, o remédio mais doce, para minhas dores, o curativo para meus “arranhões”, o bálsamo para meus pesadelos... Enfim, alguém com quem sei que posso FINALMENTE ter o sonho de família & relação que sempre sonhei e busquei... 

Sou aquela que, encontrou um companheiro de aventuras, saídas e desafios, que aceita as sugestões de passeios e programas e que não se cansa tão cedo, curtindo e aproveitando cada momento, deixando sempre um gostinho de “quero mais”...

Sou aquela que tem ao seu lado, um guerreiro para TODAS as horas, momentos e situações, sejam elas boas ou ruins, e que independente da hora, sempre que possível e / ou mesmo quando é impossível, me está ao lado para juntos superarmos qualquer obstáculo, ou comemorar qualquer vitória, por menor que seja....

Sou aquela que, mesmo relutante, enfim aceitou o pedido de casamento deste mesmo homem que só faz resgatar quem realmente sou – estimular quem desejo ser, e instigar o que almejo alcançar, e que há quase 5 anos, não se arrepende de ter dito SIM, que acredita cegamente que DESTA VEZ, é para ser como há tantos anos sonhava que fosse pois agora, não vivo de ilusões, mas de realidades concretas...

Sou aquela que, hoje se vê numa relação clara e sem barreiras, onde o “reconquistar o outro” é diário, e de forma natural, pois a preocupação está no bem estar e na felicidade do parceiro, além da cumplicidade, do companheirismo, sem segredos, onde reina o respeito e a parceria – Onde não há necessidade de se implorar por 1 olhar, um toque, ou o auxílio a algo, pois desde que ELE ingressou na rotina de casa, além de quebrar toda a sua rigidez, a “modificou”, deixando – a mais leve e fluida, além de trazer consigo um modo de ser e de tratar a mim e Às minhas meninas com um carinho, dedicação e atenção, que já imaginava estar extinto...

Sou aquela que, diante de mais esta mudança “maravilindamente” radical, percebe que as coisas não precisam ser TÃO como pintam, mas sim, como podemos fazê-la, se podemos, e quando, e que para tudo se dá um jeito, mesmo que não seja para ontem...

Sou aquela que, hoje tem orgulho do marido que VERDADEIRAMENTE está ao seu lado, e não somente como força de expressão, mas sim, na labuta diária, desde o “Bom Dia” até o “Durma Bem” – Aquele que está acompanhando e comigo, guiando os passos das nossas duas princesas, da melhor maneira possível – Aquele o qual posso confiar meus medos, angústias, temores, receios, sem correr o risco de ser ridicularizada e/ou desacreditada...

Sou aquela que, por causa dele, resgatou antigos “vícios” artesanais, que redescobriu paixões como o tear de pregos, o desenho e a leitura... Descobriu novas possibilidades como o tricô e o tear de pinos, e que se aventurou na escrita criando um BLOG & se arriscou a expor suas opiniões & gostos, criando um canal no YouTube...

Sou aquela que, por conta deste amado homem, diariamente luta em derrubar 1 “demoniozinho” interno, que é cria do período pós operatório da pré-adolescência, chamado BAIXA – AUTOESTIMA, na busca em aceitar meu peso, imagem, corpo, forma, e assim, achando maneiras diversas de me vestir, maquiar, e “enfeitar” –

Sou aquela que, SEMPRE se vê meio que “obrigada” a trabalhar a autoimagem, ainda mais quando desde o ano passado, não contente com todos os “percalços” de saúde que já passei e que carrego comigo, ainda tenho como fiel companheiro, um “sapato ciumento”, que não me permite usar nenhum outro (seja tênis, sandália, chinelo, papete), pois tenho 1 pezinho EXTREMAMENTE sensível, mais conhecido como “PÉ DIABÉTICO”, além de ter 1 perda de quase 100% de sensibilidade (do pé direito apenas), o que me faz ficar mais atenta, PRINCIPALMENTE ao cortar as unhas, pois o toque, como não sinto, a dor inexiste – E com essa “lancha” nos pés, tem que arriscar experimentar novos LOOK´S, independente da estação do ano...

Sou aquela que, aprendeu a virar a noite, não necessariamente em baladas, mas em casa mesmo, no silêncio da madrugada, quando choques & fisgadas (no mesmo pé direito já mencionado acima), atacam minha paciência e me impedem de ter uma noite tranquila, já que deitada, parece que agravam as dores, e mesmo sabendo de onde vem (de um “pinçamento” na parte lombar da coluna, entre a e a vértebras, em que passa 1 nervo ali, e parte para perna direita, o que ocasionou a perda de sensibilidade e tais dores), não tenho controle sobre elas, e assim, na companhia da solidão noturna, me meto em meu cantinho na sala, e vejo o que consigo fazer, (sem acordar a casa), que me dê um mínimo de acalanto, e ajude as horas passarem mais depressa: seja desenhando, escrevendo, pintando, tricotando, lendo, ou trabalhando com meus teares...

Sou aquela que, busca, nas diversas formas de ARTE, um respiro para a alma e o coração, na busca incansável do não endurecimento do ser, que a cada dia está menos humano, ainda mais em tempos tão sombrios e de isolamento como os que estamos vivendo, com uma PANDEMIA MUNDIAL, conflitada com um (DES) governante que ignora e desdenha das vidas ceifadas por tal vírus mortal...

Sou aquela que, mesmo com a dureza da rotina, busca na simplicidade do sol, do ar, da chuva, do céu, um motivo para erguer a cabeça, por tantas vezes abaixadas por conta dos inúmeros afazeres, desafios, derrotas, erros, coisas essas que mal cabem em “míseras” 24 horas; Aquela que valoriza, um gesto de carinho, um olhar, um cafuné, e se dá ao direito de curtí – lo, mesmo que por poucos segundos; Aquela que reaprendeu a brincar e curtir os momento em que minhas filhas me solicitam, querendo que aquele instante dure uma eternidade; Aquela que reaprende a cada dia a se conhecer e desafia os próprios limites, na busca incessante de ser sempre alguém melhor do que já foi para si, e para os que me rodeiam; Aquela que acredita estar perto de quem REALMENTE ama, e por ele é VERDADEIRAMENTE amada; Aquela que nunca esteve tão próxima e amando tanto o vínculo que tem com suas filhas; Aquela que enfim ACEITOU ter escolhido a área certa, pois vê nos diversas ramos da ARTE, inúmeras formas de se ver, sentir, e perceber o mundo ao seu redor...

Sou aquela que, enfim, aos 43 anos, sabe que sem ter passado por tudo isso talvez não conseguiria enxergar e valorizar o que hoje tenho, como minhas maiores conquistas, não só meu marido & filhas, mas PRINCIPALMENTE, o fato de enfim ME perceber como ser capaz de ser quem sou, passível de erros & mudanças, e que não preciso me inferiorizar para agradar ninguém, pois não sou superior...

Sou apenas... EU...



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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Me Envolvendo Em Mim...



Penso que na minha última encarnação fui um ser aquático, ou sofri por falta dágua... Pois é na água que me reconecto, com o mais íntimo de minha existência... Seja num banho diário... Relaxando numa piscina... Indo de encontro a uma onda do mar, ou mesmo ativando os nervos do corpo numa hidromassagem...

Talvez por sofrer de uma espécie de complexo de inferioridade & lutar contra uma baixa autoestima que já me deu várias rasteiras, (além do fato de ser mulher, o que já acrescenta um fator bastante complexo), tenho tantos altos e baixos... E confesso que já fui (quase) vencida por inúmeras vezes em diferentes fases da minha média vida de 40 e poucos anos, mas a que mais me deixou “sequelas” foi no início de minha tenra adolescência onde, tendo passado por uma intervenção cirúrgica que mudaria para sempre os rumos de toda minha vida, e por esse motivo, tive um período de uma série de privações/restrições, tais como: FÍSICAS – nos 3 primeiros meses pós cirurgia, meus pais me davam banho, deitada em sua cama, pois não podia fazê-lo sozinha, e sem o colete ortopédico que carreguei por 3 anos e meio; ESCOLARES – por muitos meses, não pude praticar as nenhuma atividade fora da sala de aula, passava os intervalos na mesma, não carregava a própria mochilas e dependia de todos para tudo; ESPORTIVAS – não pude praticar esporte algum, nem correr, nem brincar como estava acostumada no sítio de minha família, dos 13 aos 15 anos...

E isso tudo foi aos poucos minha autoconfiança, que já não era muito firme (mesmo não sendo aparente), por ter sido comparada a outras pessoas – o que em vez de encorajar, me foi “minando” em alguns aspectos, o que nos tras a outra marca: PESSOAL – jamais me vi superior a nada nem ninguém, mas também não me via uma “igual”, mas sim sempre alguém inferior & fraco... Não conseguia enxergar a força que SEMPRE tive, e a mesma que me fazia enfrentar e superar tudo o que havia passado até então...

Também não me passava pela cabeça que tudo o que havia vivido e sofrido, unindo com o modo em que fui criada, refletiria nas escolhas que faria, passado o período de “clausura”, e o quanto ainda me faria penar um pouco mais, mas que por outro lado, com o caminhar da idade, gradativamente, tudo ia se reorganizando dentro de mim, e tomando outras formas... E, digo: mudar atitudes & pensamentos, além de se permitir conhecer coisas, religiões & crenças, culturas fora do seu mundo, podem resultar em conflitos familiares, e de seu meio social...

Assim, passados mais de 20 anos, após ter passado por um relacionamento de 12 anos, com 2 filha (que na época pré – cirúrgica, o então doutor que iria me operar, não garantiu que eu poderia engravidar), e já firme num segundo casamento tenho, nos últimos 5 anos, repensado quase que DIARIAMENTE, sobre quem é a pessoa que vejo quando me olho no espelho... Seus valores, força, capacidades, medos, desejos, anseios, objetivos, sonhos, temores...

Numa rotina louca de casa, filhas, marido, trabalho, & vida pessoal (coisa que me privei por certo tempo, coisa que JAMAIS deveria ter feito), me vejo as vezes como 1 dia que nasce e renasce, pois tenho fases de auto – aceitação, outras de renúncia a mim mesma, quando chego a me recusar a sequer olhar para mim, seja interna seja externamente... Tenho períodos “mornos”, que tanto faz quanto tanto fez, como ocorre a cada nascer do sol, independente da estação do ano... Mas, nas últimas semanas, tenho percebido algo estranhamente maravilhoso: é em contato com a água, que parece que me ligo a minha existência...

Quando, simplesmente lavando as mãos, já tenho na pele uma singela sensação de prazer, independente se a água é quente ou fria... Quando me banho, por conta dos últimos 2 anos, em que tenho feito exercícios físicos focando na questão da consciência corporal, tenho me percebido mais e mais, quase que literalmente da cabeça aos pés – cada toque, massagem, gota que cai independente da parte de meu corpo... Mas é quando estou parcialmente, ou totalmente rodeada de água por todos os lados, que me sinto tomada por algo somente meu, um momento único que ando aprendendo a respeitar e saber ouvir as minhas vozes internas... A me olhar com olhos diferentes dos mesmos de mais de 30 anos de negativismo, e começando a compreender e (melhor de tudo) aceitar aquele ser de 1,54, “40” quilos, loira, e que passou pelo que passou, e sabe que há muito ainda a passar, mas que cada vez menos irá aceitar se entregar, e o mais importante: JAMAIS aceitará que nada nem NINGUÉM a coloque num nível abaixo do que ela, pois como os inúmeros defeitos que posso ter, estou me permitindo aceita ser quem sou, e mesmo que AINDA passe por outas fases mornas ou difíceis de me perceber capaz, tenho consciência que esta “sementinha” que estou implantando nesses dias de isolamento, me ajudarão futuramente, ais e mais, a superar mais rapidamente as crises pessoais, que acredito (espero), serão cada vez menores e mais breves...

Sim, a água, aquele elemento do qual TODOS somos gerados, é onde me sinto acolhida... Arrisco dizer que, quando em contato com ela, me sinto em casa... Permito me sentir viva, pulsante, pensante, sensível, renascendo... Me sinto em mim...


Feliz Dia Dos Desenhistas!!!!!!!

 Sigam Instagrans –
 



 * - É Ruim Usar Referência?!?!? 

- Maioria Dos Grandes Artistas, Começaram "Copiando" Trabalhos Alheios...


 * - Somos Máquina, Para Copiar Algo?!?!? 

- NÃO!!!!!!! Prefiro Dizer Que Fazemos "REMAKE" &/Ou 1 "RELEITURA", De Algo Ou Trabalho De Alguém...


 * - O Desenho FALA?!?!? 

- Não Só Fala Como Pede (OU NÃO) Cores - Tipos & Tons & Depende Também Do Tipo & Gramatura Do Suporte - Folha... 


  V i s i t e m   T a m b é m :  


  Y o u   T u b e   -   P e s s o a l  
https://www.youtube.com/channel/UCOBpr1_qktolvoZGN2sGDzg/videos?view_as=subscriber

  Y o u   T u b e   -   A r t í s t i c o  
https://www.youtube.com/channel/UCDxV5Q5q542BYKbLhdv0F1w?view_as=su