Essa sou eu....
Sim.... Ou pelo menos deveria aceitar ser....
A começar, da raça
humana, como diz a minha querida @rita_von_hunty – “Branco, Cis, Hétero”, etc... no ano de 2020 da Deusa, me olho
reclusa & isolada em casa, com marido e filhas... Momento este que eclodiu
um número ABSURDO de agressões
(contra a mulher PRINCIPALMENTE), e
consequentemente, de divórcio, e eu me pego em meio a meus devaneios e
pensamentos, e me pergunto: “Como Pode,
Tal Coisa?!?”
A resposta pode ser
ao mesmo tempo complexa & simples. Quando uso a mim mesma como exemplo para
tal, & para tanto e tantas outras coisas....
Sou Luisa Re... Ou se preferir, “luisareartes”, ou ainda “luisaleaoredelimamiller”... Ou pq não “luisareatworks”...
S I M , E S S A S O U E U ! !
! ! ! ! !
Eu acho...
Sou aquela que nasceu numa
sexta feira, na noite em que um time fez bastante barulho em frente ao
hospital... Sou a que não voltou para casa com a mãe, após o nascimento, e
deixou a mesma, angustiada por 14 dias, por falta de peso (vai vendo), entre outros pormenores... Sou também, a que com menos
de dois anos passou pela primeira “reforma”, e mesmo que inconscientemente,
criou um TRAUMA de jalecos, em
especial os brancos...
Sou aquela que chegou ao
mundo, e ganhou 1 “tutor” quanto a
conhecer diferentes tipos de música, que como eu, fala mais que a boca, que é
sensível e caseiro... Um irmão mais velho, que se divide, desde então entre
sentimentos de proteção & amor, com uma diferença de 5 anos entre nós...
Sou aquela que experimentou
uma infância rica de cultura, sabores, aromas, paisagens, fantasia, imaginação,
inocência, regada de muitas histórias, estórias, lendas, mitologias,
curiosidades & conhecimento de mundo, fosse passado/presente/futuro,
principalmente ao que se refere ao meu pai...
Sou aquela que vivenciou e
teve como base, o amor, a proteção, o cuidado, o olhar e o carinho, aprendendo
assim, o que e como, ser, fazer, pensar e agir, fosse conosco e/ou com os que
nos rodeiam, em especial, quando o assunto é minha mãe...
Sou aquela que sempre teve uma
série de rotinas bem marcadas, fossem elas semanais, como por exemplo:
·
- As quintas -
feiras era dia de pastel, pois tinha feira perto de casa; e às sextas – feiras
era dia de lanche, pois como dizia mamãe: “A “Jovelina” tinha direito a 1
dia de descanso”...
·
- Todas as sextas –
feiras após o noticiário noturno, estávamos mais que prontos para embarcar para
o sítio da família, para brincar ao ar livre e respirar ar puro, e PRINCIPALMENTE, sermos VERDADEIRAMENTE crianças... A tristeza
era aos domingos, igualmente após o noticiário noturno, voltávamos
(contrariados), para a cidade...
·
Quando não íamos ao
sítio, acordávamos (eu e meu irmão), com a mesma e INESQUECÍVEL melodia, que tanto marcou minha vida (“Branca” – Zequinha De Abreu)...
Isso quando não íamos dormir ao som de clássicos instrumentais, chorinho,
óperas, MPB, enfim, uma infinidade de estilos musicais, que me forram moldando
e formando...
·
Festas & Férias,
quando não viajávamos, era sempre neste lugar lindo que fez parte de toda minha
infância e início da adolescência, onde me sentia livre para ser e viver o que
quisesse...
Sou aquela que desde muito
cedo se apaixonou por lendas e mitos, de tanto ouvir seus relatos,, principalmente,
deitada junto ao pai, numa cadeira de sol, sobre a grama & sob a luz da lua
(quando tinha), e do manto infinito de estrelas e ao som de corujas, onde papai
me apontava e contava sobre aqueles pequenos “pontinhos” brilhantes e seus
“desenhos celestes” com suas histórias e feitos fantásticos...
Sou aquela que punha as
galinhas para dormir, no poleiro, e tinha que ser por ordem de tamanho... Que
vivenciou o nascimento de ninhadas e mais ninhadas de coelhos, e viu como eles
são abatidos... Que “ajudou” no parto de cabritos e carneiros, e sempre que
podia, ia visita-los e alimentá-los... Que sentiu no gosto a diferença do
verdadeiro leite de cabra, recém - tirado e fervido, como primeiro alimento da
manhã...
Sou aquela que, mesmo sem
necessidade, punha despertador para dar “BOM
DIA” aos primeiros raios de sol, e desde então, era difícil fazer dormir...
Aquela que sempre foi ligada nas fases da lua e se encantava (ainda encanta),
com o poder que a mesma exerce àqueles mais sensíveis às belezas e mistérios
naturais...
Sou aquela que teve uma
infância INESQUECÍVEL, que quando
viajava para Belo Horizonte, acordava às 4 da manhã, e ao contrário do irmão
(que dormia a viagem inteira), ficava grudada no vidro da janela, como
lagartixa, aguardando ANSIOSAMENTE o
nascente do grande astro, enquanto a cada paisagem, placa diferente, ou algo
mais que lhe chamasse a atenção não se cansava de perguntar ao seu pai, que
prontamente não apenas respondia como dava uma AULA de geografia, história, astrologia, português, ou qualquer
outra disciplina que atravessasse seu caminho...
Sou aquela que sempre amou
viajar, conhecer, e que NUNCA teve
(muita) vergonha em perguntar, questionar e ir a fundo de tudo que me chamava à
atenção e instigava, e que de modo privilegiado, sempre teve mais que simples
respostas, mas um apanhado geral, um todo, para explicar os “Como”, o “Onde” “Porquê´s”, da história da humanidade, e muitas vezes, com direito a
“Curiosidades”...
Sou aquela que, viajando ou
passeando, nos mesmo lugares, da cidade onde moro, olho com “olhos de primeira
vez”, sempre em busca de detalhes que possam ter passados desapercebidos, ou
coisas novas que possam ter “brotado”...
Sou aquela que, quando ainda
menina, tendo passado por uma cirurgia que literalmente engessou meu
crescimento, minha vida escolar, e pessoal, teve de se adaptar a viver cheia de
restrições e isolamento, sendo tolhida de quase toda autonomia que até então
conquistara... E de tantos “NÃO´S”,
criou dentro de si, um mundo próprio, único, com regras próprias, e com direito
(quase), ao que poderia – se chamar de “companhia”, que por muito tempo
acompanhou... E quando, enfim, consegui pouco a pouco EXTERNAR, esse universo, dei forma também à essa “entidade”, que “andava” comigo, (mesmo
que não fisicamente, mas em meus devaneios), lhe “materializei” em meus rabiscos...
Sou aquela que, viveu 31 anos na casa dos pais, sem precisar
tirar carteira de motorista, pois para onde quisesse ir, ou tinha carona ou me
virava com transportes públicos e/ou longas caminhadas... Que teve toda sorte
de oportunidades e acessos a cultura e conhecimento, tendo concluído 2 faculdades (Artes & Pedagogia),
e que de repente, se viu assumindo, em março, um cargo público em uma escola
Estadual, numa região de periferia de São Paulo, e outro cargo, (igualmente
público), numa escola Municipal, em outra região, também de periferia, da mesma
cidade, mas com características que não imaginava que ainda existissem, como
por exemplo toque de recolher... Por sorte, nessa, lecionava no período da
manhã, e na outra, à tarde e a noite...
Sou aquela que, também, todas
as segundas – feiras, chorava quando meus pais me levavam ainda de madrugada, para
a estação Barra Funda de trem, para pegar tal transporte e me dirigir à escola,
centralizada num bairro simples e BASTANTE
humilde, com tantas dificuldades, e de lá, partia de ônibus para a outra
escola, com uma MEGA – MOCHILA, com
materiais, livros e atividades de ambos os cargos e muitas turmas...
Sou aquela que, por conta dos 2 cargos, se viu obrigada a dar uma
mexida em sua “pacata” vida de formada e (até então), desempregada, e ter de FINALMENTE começar a dirigir (pois
carta já tinha DESDE 1998, mas
estava até com teia de aranha e mofo), além de alugar um quarto na casa de uma
senhora próximo aos cargos que assumira, para conseguir dar conta da carga
horária maluca, “morando” assim, durante 5 dias da semana, longe dos pais, pela
primeira vez, e encarando uma rodovia aos finais de semana, para recarregar as energias
e se sentir RE – acolhida debaixo
das asas protetoras e reconfortantes da família...
Sou aquela que, nesse ano de 2008, esse mesmo ano de TANTAS mudanças, passei por
experiências até então inimagináveis: conheci o que era “liberdade assistida”, tive
alunos armados em sala de aula (4
série), uma “casa de velório”, em frente a escola, e o que fazia
parte da rotina dos alunos, quase “banalizando” a perda de alguém, sem contar
que sempre tinha uma história de “desova” de corpos, de perda de parentes,
amigos, presenciados ou não...
Sou aquela que, no ano seguinte
a tudo isso, conseguiu sair deste mundo e assumir meu cargo de professora, numa
outra escola, na qual estou há 11
anos, tendo também passado por inúmeras situações novas, mas nem TÃO pesadas como as anteriores, e
mantenho contato com alguns ex – alunos até hoje, e busco criar um vínculo de
confiança, com a maioria dos atuais, que muitas vezes ultrapassa a relação
“professor / aluno”, sendo algo quase confidente...
Sou aquela que, experimentou a
delícia de ter a casa própria, e não mais pagar aluguel, quando em 2009 fui “brincar de casinha”, além de ficar noiva, e que sonhando com os
próximos anos, idealizou em seu “cantinho”,
todo um universo de “família feliz”,
querendo levar para a minha vida o que vivi com meus pais...
Sou aquela que, passou 2 meses de puro inferno tentando salvar
1 dos cargos públicos, que lutou até
as últimas consequências pois quase perdeu os dois, por pura maldade gratuita
de seu superior... Mas que hoje analisando friamente, foi a melhor coisa que
podia ter ocorrido naquele ano de 2010,
pois não sei se teria curtido não só o casamento quanto à primeira gestação
como curti, tendo apenas um cargo...
Sou aquela que, de 2009 a 2014, trabalhou no período da manhã, levantando TODOS os dias, às 5 da manhã, para
estar na escola ANTES das 7, que era 90% das vezes a primeira a chegar, a cumprimentar o vigia, e a
(quase) abrir a escola, e que assim foi durante as 2 gestações, até que as barrigas quisessem dirigir, pois lecionei até o nono mês, na primeira vez, e faltando
poucas semanas para completar o ciclo gestacional, na segunda vez – e não só
guiando – como subindo e descendo, pois na escola em que estou tem 3 andares...
Sou aquela que, sempre
acreditou no sentimento, nas pessoas, no amor, no sonho, no amanhã, e por isso,
não só demorou a enxergar a verdade e a si mesma, como aprendeu da pior maneira
possível, a não se colocar abaixo de nada nem de ninguém, por nada nem ninguém.
Foi através de anos de convivência, lágrimas, angústias, discussões, palavras,
acordos, omissões, (terapias), e pedidos, chegando por fim a medicamentos
(coisa que jamais precisei, salvo períodos de convalescência), chegando a tomar
ao dia, 7 comprimidos...
Sou aquela que, após a
separação, passou por um curto período de luto, de introspecção e de NECESSIDADE de rever e repensar sobre mim
mesma, e que buscou se permitir viver e reviver as coisas simples da vida, coisa
que há muito não fazia, pois estava mais preocupada em satisfazer os outros,
esquecendo de mim, anulando tudo o que era até então...
Sou aquela que, além do
divórcio, viu sua vida profissional também virar do avesso, tendo que mudar de
turno & turmas, o que mudaria toda uma rotina, o que a princípio seria
péssimo, mas que, como em tudo na vida, aos poucos, foi tudo fazendo mais
sentido daquela forma, do que antes, pois, como estava sozinha com minhas
filhas, precisava, mesmo que por um tempo, da ajuda de minha mãe, e era melhor
que ela não chegasse “de madrugada” em casa, para os primeiros cuidados
matinais (como era, quando trabalhava de manhã), pois meu “companheiro” não
tinha muito tempo “para isso”, mesmo que não levantasse CEDO comigo, e não entrasse também TÃO cedo em seu serviço – Minha mãe, parceira & anjo que mexeu
em SUA rotina, para se adaptar a
minha, e assim esteve firme ao meu lado na retomada da minha vida...
Sou aquela que, também, para
não “pensar” muito, (o que, no momento, poderia me fazer recair, e sofrer
novamente), criou uma rotina fechada e quase cronometrada, visto que agora
éramos 3 “mulheres” sozinhas: uma de
38 anos, uma de 4 e uma se 1 aninho: Aquela que queria apenas focar a vida
em minhas filhas, e minha profissão, me dando apenas 1 hora de “repouso
mental”: quando sentava na sala para jantar, vendo 1 novela – De resto, cuidava das minhas estrelinhas, para que não
sentissem (tanto), a dor que eu sentia, e que brilhassem mais e mais... Fora
isso, tinha a casa, e as turmas para cuidar do planejamento das aulas...
Sou aquela que, mesmo que a
rotina ainda fosse BEM marcada,
(quase maçante), durante os “dias úteis”, quando, nos finais de semana, e minhas
pequenas ficavam com meus pais, gradativamente redescobriu pequenos prazeres
como o de sair sozinha: de visitar uma exposição de Arte sem a menor pressa; ou
passear num parque, e pedalar até que as penas não mais pudessem; de dormir até
ser expulsa pela própria cama; a ficar na rede e adormecer sob a luz da lua,
coberta de estrelas; me arriscar a fazer delícias na cozinha; pegar carona para
ir ao sítio da família e, juntamente com a cria, ser mimada e carinhada...
Coisas essas que mesmo de forma inconsciente, ajudavam na cura de tantas
feridas...
Sou aquela que, justamente numa
das idas a exposições, conheceu, quase sem querer, o homem que ajudaria no
processo de “reconstrução” de todo o meu EU
– que seria, o remédio mais doce, para minhas dores, o curativo para meus
“arranhões”, o bálsamo para meus pesadelos... Enfim, alguém com quem sei que
posso FINALMENTE ter o sonho de
família & relação que sempre sonhei e busquei...
Sou aquela que, encontrou um
companheiro de aventuras, saídas e desafios, que aceita as sugestões de
passeios e programas e que não se cansa tão cedo, curtindo e aproveitando cada
momento, deixando sempre um gostinho de “quero mais”...
Sou aquela que tem ao seu lado,
um guerreiro para TODAS as horas, momentos
e situações, sejam elas boas ou ruins, e que independente da hora, sempre que
possível e / ou mesmo quando é impossível, me está ao lado para juntos
superarmos qualquer obstáculo, ou comemorar qualquer vitória, por menor que
seja....
Sou aquela que, mesmo
relutante, enfim aceitou o pedido de casamento deste mesmo homem que só faz
resgatar quem realmente sou – estimular quem desejo ser, e instigar o que
almejo alcançar, e que há quase 5 anos, não se arrepende de ter dito SIM, que acredita cegamente que DESTA VEZ, é para ser como há tantos
anos sonhava que fosse pois agora, não vivo de ilusões, mas de realidades
concretas...
Sou aquela que, hoje se vê numa
relação clara e sem barreiras, onde o “reconquistar o outro” é diário, e de
forma natural, pois a preocupação está no bem estar e na felicidade do
parceiro, além da cumplicidade, do companheirismo, sem segredos, onde reina o
respeito e a parceria – Onde não há necessidade de se implorar por 1 olhar, um
toque, ou o auxílio a algo, pois desde que ELE
ingressou na rotina de casa, além de quebrar toda a sua rigidez, a “modificou”,
deixando – a mais leve e fluida, além de trazer consigo um modo de ser e de
tratar a mim e Às minhas meninas com um carinho, dedicação e atenção, que já
imaginava estar extinto...
Sou aquela que, diante de mais
esta mudança “maravilindamente”
radical, percebe que as coisas não precisam ser TÃO como pintam, mas sim, como podemos fazê-la, se podemos, e quando,
e que para tudo se dá um jeito, mesmo que não seja para ontem...
Sou aquela que, hoje tem
orgulho do marido que VERDADEIRAMENTE
está ao seu lado, e não somente como força de expressão, mas sim, na labuta
diária, desde o “Bom Dia” até
o “Durma Bem” – Aquele que
está acompanhando e comigo, guiando os passos das nossas duas princesas, da
melhor maneira possível – Aquele o qual posso confiar meus medos, angústias,
temores, receios, sem correr o risco de ser ridicularizada e/ou desacreditada...
Sou aquela que, por causa dele,
resgatou antigos “vícios” artesanais, que redescobriu paixões como o tear de
pregos, o desenho e a leitura... Descobriu novas possibilidades como o tricô e
o tear de pinos, e que se aventurou na escrita criando um BLOG & se arriscou a expor suas opiniões & gostos, criando
um canal no YouTube...
Sou aquela que, por conta deste
amado homem, diariamente luta em derrubar 1
“demoniozinho” interno, que é cria do período pós operatório da
pré-adolescência, chamado BAIXA –
AUTOESTIMA, na busca em aceitar meu peso, imagem, corpo, forma, e assim,
achando maneiras diversas de me vestir, maquiar, e “enfeitar” –
Sou aquela que, SEMPRE se vê meio que “obrigada” a trabalhar
a autoimagem, ainda mais quando desde o ano passado, não contente com todos os “percalços”
de saúde que já passei e que carrego comigo, ainda tenho como fiel companheiro,
um “sapato ciumento”, que não me permite usar nenhum outro (seja tênis,
sandália, chinelo, papete), pois tenho 1
pezinho EXTREMAMENTE sensível, mais
conhecido como “PÉ DIABÉTICO”, além
de ter 1 perda de quase 100% de sensibilidade (do pé direito
apenas), o que me faz ficar mais atenta, PRINCIPALMENTE
ao cortar as unhas, pois o toque, como não sinto, a dor inexiste – E com essa “lancha”
nos pés, tem que arriscar experimentar novos LOOK´S, independente da estação do ano...
Sou aquela que, aprendeu a
virar a noite, não necessariamente em baladas, mas em casa mesmo, no silêncio
da madrugada, quando choques & fisgadas (no mesmo pé direito já mencionado
acima), atacam minha paciência e me impedem de ter uma noite tranquila, já que
deitada, parece que agravam as dores, e mesmo sabendo de onde vem (de um “pinçamento”
na parte lombar da coluna, entre a 4
e a 5 vértebras, em que passa 1 nervo ali, e parte para perna
direita, o que ocasionou a perda de sensibilidade e tais dores), não tenho
controle sobre elas, e assim, na companhia da solidão noturna, me meto em meu
cantinho na sala, e vejo o que consigo fazer, (sem acordar a casa), que me dê
um mínimo de acalanto, e ajude as horas passarem mais depressa: seja
desenhando, escrevendo, pintando, tricotando, lendo, ou trabalhando com meus
teares...
Sou aquela que, busca, nas
diversas formas de ARTE, um respiro
para a alma e o coração, na busca incansável do não endurecimento do ser, que a
cada dia está menos humano, ainda mais em tempos tão sombrios e de isolamento
como os que estamos vivendo, com uma PANDEMIA
MUNDIAL, conflitada com um (DES)
governante que ignora e desdenha das vidas ceifadas por tal vírus mortal...
Sou aquela que, mesmo com a
dureza da rotina, busca na simplicidade do sol, do ar, da chuva, do céu, um
motivo para erguer a cabeça, por tantas vezes abaixadas por conta dos inúmeros
afazeres, desafios, derrotas, erros, coisas essas que mal cabem em “míseras” 24 horas; Aquela que valoriza, um gesto de carinho, um olhar, um cafuné, e se
dá ao direito de curtí – lo, mesmo que por poucos segundos; Aquela que reaprendeu a brincar e
curtir os momento em que minhas filhas me solicitam, querendo que aquele
instante dure uma eternidade; Aquela
que reaprende a cada dia a se conhecer e desafia os próprios limites, na busca
incessante de ser sempre alguém melhor do que já foi para si, e para os que me
rodeiam; Aquela que acredita estar
perto de quem REALMENTE ama, e por ele
é VERDADEIRAMENTE amada; Aquela que nunca esteve tão próxima e
amando tanto o vínculo que tem com suas filhas; Aquela que enfim ACEITOU
ter escolhido a área certa, pois vê nos diversas ramos da ARTE, inúmeras formas de se ver, sentir, e perceber o mundo ao seu
redor...
Sou aquela que, enfim, aos 43 anos, sabe que sem ter passado por tudo isso talvez não conseguiria enxergar e valorizar o
que hoje tenho, como minhas maiores conquistas, não só meu marido & filhas,
mas PRINCIPALMENTE, o fato de enfim ME perceber como ser capaz de ser quem
sou, passível de erros & mudanças, e que não preciso me inferiorizar para
agradar ninguém, pois não sou superior...
Sou apenas... EU...
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