sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O Poder De Um Texto...



No segundo semestre do ano de 2015, quebrei mais um tabu, um preconceito, um medo, não importa como chamo isso, mas desde que comecei minha carreira no magistério, sempre seguia ou apenas simples ordens superiores, ou, quando via que não tinha suporte algum, e tinha que “dar meu jeito” criava aulas práticas (no sentido de serem simples), curtas e objetivas, para que me dessem o menor número de trabalho possível, mas mesmo assim, sentia que podia fazer mais, mas não imaginava como, já que apoio de outros era praticamente inexistente... Foi quando me lancei e arrisquei a trabalhar em forma de PROJETO... Lançava um tema, dava as regras que deveriam ser seguidas, explicava qual era o objetivo, (dividia a sala em grupos ou não), e enfim, deixava uma gama de possibilidades para que os alunos com aquele tema desenvolvessem por conta, um tipo de trabalho, para posteriormente ser apresentado, para os demais grupos, e/ou porque não para outras salas, ou até mesmo para toda a escola...

Trabalhei com 3 salas de sexto ano (turmas essas que acompanho desde o primeiro ano do ensino fundamental), a letra de uma música do Marcelo Adnet, que cita quase em ordem alfabética uma média de 31 celebridades que fazem parte da história da humanidade... Após dividir a sala em 7 grupos, e trabalhar todos os nomes, com toda a sala, cada grupo tinha uma parte da música (10 linhas para cada), para desenvolver um trabalho, apresentando aquele trecho, e para tanto usar uma ou mais formas das INÚM3RAS áreas das ARTES, fosse escultura, pintura, desenho, teatro, dança, etc...

E qual não foi a minha surpresa que, mesmo de início, EU tenha relutado um bocado para enfim me propor a tal “ousadia”, após trabalhadas as palavras, e separados os grupos, comecei a sentir mais confiança e firmeza, pois percebi que havia envolvido os alunos na mesma energia de desafio, e deixando que e eles criassem por conta, e estando ali, apenas para orientar, sugerir, direcionar os trabalhos, deixando que ELES criassem com base nas regras pré – estabelecidas, e isso além de tudo, nos aproximou MUITO mais, e fez com que os trabalhos seguintes fluíssem melhor e com maior facilidade, além de permitir que eu conhecesse melhor meus alunos, e vice e versa, gerando uma relação que extrapolou a sala de aula.

Isso se confirmou na semana de apresentação final dos trabalhos, depois de 2 meses e meio de andamento do projeto, pois em cada entrega, uma surpresa, uma revelação, e foi então que há muito eu estava diante de VERDADEIROS ARTISTAS, que mesmo com todo tipo de dificuldade, buscou, pq não dizer, superar o seu melhor, chegando quase e o seu limite para provar, não só para mim, como também para eles mesmos ou para quem quiser que fosse assisti-los, o quanto eram capazes de criar, recriar & transformar...

E foi aí que findado o ano, eu me senti obrigada a retribuir de alguma forma, agradecendo àqueles que em tão pouco tempo, muito me ensinaram, mais do que eu mesma poderia imaginar, mesmo sempre dizendo não ser diona da razão, mas que DESTA VEZ, os professores foram eles... Então nas nossas últimas aulas, pedi para que CADA UM levasse para a escola, uma maçã, e lhes contei essa história:

 A Descoberta Da Macieira
(conto árabe)

 
Era uma vez, uma macieira que morava num jardim com outras árvores, grandes, majestosas e exuberantes, como cRarvalhos, pinheiros e eucaliptos.
Durante o dia, tudo parecia tranquilo: os pássaros pousavam em seus galhos,asflores exalavam um doce perfume, borboletas coloriam a bela paisagem... Mas quando a noite caía, amacieira olhava para o céu, e via as estrelas tão próximas dos galhos das outras árvores que até pareciam estar guradas nos ramos... Então ela pedia:
 
___ Ah, meu Deus, como eu gostaria de ter as estrelas nos meus galhos também...
E Deus dizia:
___ Será que não bastam os pássaros, beija – flores, as borboletas, as abelhas, as flores perfumadas, e seus frutos e a sua sombra?!?
 
Mas ela continuava insistindo para ter as estrelas também... E quanto mais olhava para o céu, mais triste ela ficava...
Chega o verão, e com ele, as grandes tempestades de chuva... E a macieira ficou cheia de belos e suculentos frutos... 
Naquela noite, o tempo fechou: um vento forte balançava as arvores, a chuva caía initerruptamente, trovões e raios despencavam do céu e com tudo isso, a macieira perdeu suas maçãs...
Então, na manhã seguinte, o sol resplandeceu o céu azul, as folhas ainda salpicadas de gotas d´água, os pássaros e insetos burilando por entre os galhos, flores e frutos... E Deus perguntou à macieira:
___ Você viu, macieira, o que houve com a tempestade?!?
___ Sim, meu Senhor... Perdi meus frutos...  
___ Mas observe o fruto que caiu próximo ao seu tronco , jumnto às raízes...
___ Não vi o que caiu...
E quando a macieira olhou para baixo, em busca do fruto indicado por Deus o que encontrou?!? 
 
* Cortando A Maçã Na Diagonal, Encontra – se A Forma De Uma Estrela *

Então Deus completou:
__ A sua estrela habita em seu interior... FAÇA – A BRILHAR!!!!!!! 
 


 Estreitados nossos laços, assim que eles cortaram a maçã, e leram a frase final do texto, eu ainda completei com:

___ Jamais Deixem De Acreditar Em Si Mesmos, E Não Permitam Que Digam Que Não Podem Realizar Suas Metas, Sonhos Ou Alcançar Objetivos, Que Não São Capazes, Pois Todos Ali Podem (E Devem) Correr Atrás De Seus Desejos Pois Ali Não Via Nenhum Incapaz, E Sim Botões De Possibilidades, Prontos Para Arriscar E Buscar O Que Quiserem...

Nem preciso dizer que, depois de tudo isso, foi uma choradeira só, em meio a mordidas nas maçãs, e aplausos por parte de toda a sala, que obviamente me desmontaram em lágrimas... Enfim, foi a partir de então que me apaixonei pela ideia de trabalhar temas artísticos, em forma de PROJETOS, e depois de tudo, se confirmou a ideia de que eu já tinha guardada em meu coraçãozinho “rebelde”, de que a educação não se faz apenas de obrigações, fragmentos de disciplinas, regras, sem a participação dos maiores interessado, mas sim, se constrói a partir do respeito e abertura para que os mesmo, sejam VERDADEIRAMENTE protagonistas de seu próprio aprendizado, e acreditando que são capazes, passar apenas o estritamente necessário, e deixar que os alunos busquem a melhor maneira de se apropriar desse novo conhecimento, tendo você o papel de orientador.

Se não for assim, apenas massacrando, obrigando os alunos friamente a aprender aquele ou esse conteúdo, sem que ele tenha a curiosidade de como fazer para APREENDER o mesmo, não há como se criar uma relação saudável entre professor  & aluno, o que eu acredito cada vez mais que é a chave facilitadora para ensinar... E assim, descubro dia-a-dia, o quanto meus ARTISTAS, foram (e são) importantes para mim, pois mesmo que eu lhes ensine fragmentos das diferentes áreas das ARTES, eles me ensinam novas maneiras de olhar, trabalhar e usá-las, e assim mais uma vez, a relação de troca em sala de aula acontece mais uma vez, quando alunos se tornam professores, e eu, me sinto uma simples aluna... 


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