No segundo semestre do ano de 2015, quebrei mais um tabu, um
preconceito, um medo, não importa como chamo isso, mas desde que comecei minha
carreira no magistério, sempre seguia ou apenas simples ordens superiores, ou,
quando via que não tinha suporte algum, e tinha que “dar meu jeito” criava
aulas práticas (no sentido de serem simples), curtas e objetivas, para que me
dessem o menor número de trabalho possível, mas mesmo assim, sentia que podia
fazer mais, mas não imaginava como, já que apoio de outros era praticamente
inexistente... Foi quando me lancei e arrisquei a trabalhar em forma de PROJETO... Lançava um tema, dava
as regras que deveriam ser seguidas, explicava qual era o objetivo, (dividia a
sala em grupos ou não), e enfim, deixava uma gama de possibilidades para que os
alunos com aquele tema desenvolvessem por conta, um tipo de trabalho, para posteriormente
ser apresentado, para os demais grupos, e/ou porque não para outras salas, ou
até mesmo para toda a escola...
Trabalhei com 3 salas de sexto ano (turmas essas que acompanho
desde o primeiro ano do ensino fundamental), a letra de uma música do Marcelo
Adnet, que cita quase em ordem alfabética uma média de 31 celebridades que fazem
parte da história da humanidade... Após dividir a sala em 7 grupos, e trabalhar
todos os nomes, com toda a sala, cada grupo tinha uma parte da música (10 linhas
para cada), para desenvolver um trabalho, apresentando aquele trecho, e para
tanto usar uma ou mais formas das INÚM3RAS
áreas das ARTES, fosse escultura,
pintura, desenho, teatro, dança, etc...
E qual não foi a minha surpresa que, mesmo de início, EU tenha relutado um bocado para
enfim me propor a tal “ousadia”, após trabalhadas as palavras, e separados os
grupos, comecei a sentir mais confiança e firmeza, pois percebi que havia
envolvido os alunos na mesma energia de desafio, e deixando que e eles criassem
por conta, e estando ali, apenas para orientar, sugerir, direcionar os
trabalhos, deixando que ELES
criassem com base nas regras pré – estabelecidas, e isso além de tudo, nos
aproximou MUITO mais, e fez com
que os trabalhos seguintes fluíssem melhor e com maior facilidade, além de
permitir que eu conhecesse melhor meus alunos, e vice e versa, gerando uma
relação que extrapolou a sala de aula.
Isso se confirmou na semana de apresentação final dos trabalhos, depois
de 2 meses e meio de andamento do projeto, pois em cada entrega, uma surpresa, uma
revelação, e foi então que há muito eu estava diante de VERDADEIROS ARTISTAS,
que mesmo com todo tipo de dificuldade, buscou, pq não dizer, superar o seu
melhor, chegando quase e o seu limite para provar, não só para mim, como também
para eles mesmos ou para quem quiser que fosse assisti-los, o quanto eram
capazes de criar, recriar & transformar...
E foi aí que findado o ano, eu me senti obrigada a retribuir de alguma
forma, agradecendo àqueles que em tão pouco tempo, muito me ensinaram, mais do
que eu mesma poderia imaginar, mesmo sempre dizendo não ser diona da razão, mas
que DESTA VEZ, os professores
foram eles... Então nas nossas últimas aulas, pedi para que CADA UM levasse para a escola, uma maçã, e lhes contei essa
história:
A Descoberta Da Macieira
(conto árabe)
Era uma vez, uma
macieira que morava num jardim com outras árvores, grandes, majestosas e
exuberantes, como cRarvalhos, pinheiros e eucaliptos.
Durante o dia, tudo
parecia tranquilo: os pássaros pousavam em seus galhos,asflores exalavam um
doce perfume, borboletas coloriam a bela paisagem... Mas quando a noite caía,
amacieira olhava para o céu, e via as estrelas tão próximas dos galhos das
outras árvores que até pareciam estar guradas nos ramos... Então ela pedia:
___ Ah, meu Deus, como eu gostaria de
ter as estrelas nos meus galhos também...
E Deus dizia:
___ Será que não bastam os pássaros,
beija – flores, as borboletas, as abelhas, as flores perfumadas, e seus frutos
e a sua sombra?!?
Mas ela continuava
insistindo para ter as estrelas também... E quanto mais olhava para o céu, mais
triste ela ficava...
Chega o verão, e
com ele, as grandes tempestades de chuva... E a macieira ficou cheia de belos e
suculentos frutos...
Naquela noite, o tempo fechou: um vento forte balançava as
arvores, a chuva caía initerruptamente, trovões e raios despencavam do céu e
com tudo isso, a macieira perdeu suas maçãs...
Então, na manhã
seguinte, o sol resplandeceu o céu azul, as folhas ainda salpicadas de gotas
d´água, os pássaros e insetos burilando por entre os galhos, flores e frutos...
E Deus perguntou à macieira:
___ Você viu, macieira, o que houve com
a tempestade?!?
___ Sim, meu Senhor... Perdi meus frutos...
___ Mas observe o fruto que caiu próximo
ao seu tronco , jumnto às raízes...
___ Não vi o que caiu...
E quando a macieira
olhou para baixo, em busca do fruto indicado por Deus o que encontrou?!?
* Cortando
A Maçã Na Diagonal, Encontra – se A Forma De Uma Estrela *
Então Deus
completou:
__ A sua estrela habita em seu interior... FAÇA – A BRILHAR!!!!!!!
Estreitados nossos laços, assim que eles cortaram a maçã, e leram a
frase final do texto, eu ainda completei com:
___ Jamais Deixem
De Acreditar Em Si Mesmos, E Não Permitam Que Digam Que Não Podem Realizar Suas
Metas, Sonhos Ou Alcançar Objetivos, Que Não São Capazes, Pois Todos Ali Podem
(E Devem) Correr Atrás De Seus Desejos Pois Ali Não Via Nenhum Incapaz, E Sim
Botões De Possibilidades, Prontos Para Arriscar E Buscar O Que Quiserem...
Nem preciso dizer que, depois de tudo isso, foi uma choradeira só,
em meio a mordidas nas maçãs, e aplausos por parte de toda a sala, que
obviamente me desmontaram em lágrimas... Enfim, foi a partir de então que me
apaixonei pela ideia de trabalhar temas artísticos, em forma de PROJETOS, e depois de tudo, se confirmou
a ideia de que eu já tinha guardada em meu coraçãozinho “rebelde”, de que a
educação não se faz apenas de obrigações, fragmentos de disciplinas, regras,
sem a participação dos maiores interessado, mas sim, se constrói a partir do
respeito e abertura para que os mesmo, sejam VERDADEIRAMENTE protagonistas de seu próprio aprendizado, e acreditando
que são capazes, passar apenas o estritamente necessário, e deixar que os
alunos busquem a melhor maneira de se apropriar desse novo conhecimento, tendo
você o papel de orientador.
Se não for assim, apenas massacrando, obrigando os alunos friamente
a aprender aquele ou esse conteúdo, sem que ele tenha a curiosidade de como
fazer para APREENDER o mesmo,
não há como se criar uma relação saudável entre professor & aluno, o que eu acredito cada vez mais
que é a chave facilitadora para ensinar... E assim, descubro dia-a-dia, o
quanto meus ARTISTAS, foram
(e são) importantes para mim, pois mesmo que eu lhes ensine fragmentos das
diferentes áreas das ARTES,
eles me ensinam novas maneiras de olhar, trabalhar e usá-las, e assim mais uma
vez, a relação de troca em sala de aula acontece mais uma vez, quando alunos se
tornam professores, e eu, me sinto uma simples aluna...
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