E de repente, em pleno 1960, no bairro do Brooklin, os céus enviam
para o caos terreno, um anjo que pode com sua força interna e lua própria, para
talvez acalentar os corações aflitos, e dar voz, aos que foram silenciados... Exaltar,
os que foram diminuídos... Não, não estou falando de 1 vida que nos deixou há
mais de 2.000 anos, mas de alguém + próximo, e não só dos nossos tempos, como
também dos próprios mortais...
De criação rígida e autoritária, mas mesmo assim, teve desde
sempre, todo apoio para a livre criação, partindo de seu pai, e sua mãe
complementava essa paixão, levando-o a museus, exposições etc...
Depois de 1 atropelamento antes de seus 10 anos, faz sérias
cirurgias, e retirando o baço, passa 1 mês hospitalizado, onde ele transforma a
dor em aprendizado, pois sua mãe lhe dá de presente o livro “Grey´s Anatomy”, onde
ele destrincha página por página e que posteriormente serviria de inspiração
para seus trabalhos mais elaborados...
Não, não é Frida (que muito jovem também sofreu 1 sério acidente e
igualmente passou por várias cirurgias tendo de passar MUITO tempo em repouso),
mas sim, estou falando do “Príncipe Negro”, Jean-Michel Basquiat...
De espírito inquieto, não se encaixava no convencional, nas regras
mundanas, e tinha as próprias regras, e incansavelmente buscava encontrar seu
lugar e missão, num mundo visivelmente colorido, mas forçadamente branco...
Mas branco já é o suporte, é o véu onde, com seus gestos espontâneos
e quase agressivo, dava vida a sua expressão única & livre... Inspirava
& Exaltava sua gente, sua cor, sua história, tendo em seus ídolos, a base
para seus trabalhos... Tamanha era a sua inquietude que 1 simples folha A4 não
seria o suficiente para tanta expressividade... Tanto que começa a
grafitar/pichar nas ruas, paredes, muros, prédios, criando personagens,
símbolos (e seus significados), que para sempre ficariam conhecidos como sua marca
registrada...
Não se moldou às 4 paredes de sua casa, morando em parques, e casas
de amigos, frequentando das mais variadas festas & club´s, conhecendo as
mais diversas pessoas e foi o acaso que o lançou para o mundo, apenas abordando
o grande Andy Wharhol enquanto vendia seus cartões postais criados por ele mesmo...
Sempre envolvido & embebido em ARTE, Basquiat vivia e respirava
em meio as suas pinturas & grafites, mas tinha sérias dificuldades em se
relacionar com pessoas, mesmo com suas namoradas... Não se “segurava” com 1
mesmo galerista, e não tinha muito controle de como e a quanto eram vendidos os
seus trabalhos... A propósito, não gostava muito da pressão de criar algo que
se vendesse rapidamente, e sua impulsividade não o deixavam se ater aos
suportes comuns, mas o fazia pintar/pichar, paredes portas de banheiros,
geladeiras, janelas, principalmente das casas dos amigos que o abrigavam... Era
verdadeiramente intenso, único, elétrico...
Apaixonado pelas
cores, pela vida e pelas pessoas, quando alguém muito “chegado” deixava este
plano, ele se afundava cada vez mais nas drogas, e desde criança, já não tendo
mais seu querido baço, seu corpo não filtrava as toxinas dos entorpecentes,
deixando o artista cada vez pior, e com marcas por todo seu ser, em especial no
rosto, coisa que ele não gostava...
Infelizmente ,entrou
para o “Clube Dos 27”, morrendo muito cedo, (como Brian Jones, Jimi Hendrix,
Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain & Amy Winehouse), já com trabalhos
quase Minimalistas, este gênio incansável, produziu em vida muitas obras, em
forma de protesto & homenagem, sempre com seus símbolos e personagens, deixando
prematuramente algo que poderia durar muito e muito mais, e que pq não poderia
ter mudado talvez o rumo das artes, como mudou enquanto em vida...
Jean-Michel
Basquiat, gênio incansável, príncipe negro, artista a frente de seu tempo, que
desde pequeno devorava o mundo, e retratava ele como o via: 1 verdadeiro caos –
organizado, com sua vida pulsante, colorida, contínua, reflexiva, explosiva e
verdadeira...
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